Como estudiosa das Relações Públicas e observadora ávida da Comunicação Pública, fiquei satisfeita com a mudança de postura da igreja católica a partir da mais nova declaração do Papa Bento XVI sobre os escândalos relacionados à pedofilia. O novo enunciado, apresentado em rápida entrevista, diz exatamente o que a sociedade merece escutar e espera ouvir do líder máximo da igreja: “O perdão não substitui a justiça", disse o papa.
Com este tipo de postura ele pode conduzir a uma melhoria no relacionamento da igreja com a opinião pública, bem como mudar posturas internamente. Sim, porque colocar os esqueletos no armário e acobertar só faz postergar a crise. E mais, incentiva a perpetuação de atos hediondos que contrariam a justiça dos homens e as leis da própria igreja.
“Hoje nós vemos de uma forma verdadeiramente terrível que a grande opressão da Igreja não vem de inimigos externos, mas nasce do pecado dentro da Igreja", disse ele a jornalistas no avião que o leva para Portugal.
Punir, dar o exemplo e comunicar a solução para vítimas e sociedade é o mais certo do ponto de vista moral, mas também é tecnicamente adequado. A comunicação baseada na verdade e transparência, me parece a melhor estratégia para administrar a relação do Sumo Pontífice e da Igreja com os seus públicos estratégicos. Só assim, poderá melhorar a reputação que anda demasiadamente abalada.
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